quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Para não dizer que eu não falei do assunto...

     

         Estamos em ano eleitoral (mais uma vez), minha revolta já começa ai... de 2 em 2 anos é essa “bagunça”. Eu sei, eu sei, vai parecer que estou ‘cuspindo no prato que comi’, mas eu explico.  
         Depois de atuar na área política por quase 3 anos, mais especificamente na parte de marketing pessoal, trabalhos legislativos, desenvolvimento de projetos visando a elevação do índice de aprovação pela população e organização de gabinete, parei de olhar de fora para dentro e comecei a ver de dentro para fora.
        Foi uma verdadeira revelação! Sempre fui meio utópica, achando que poderiam existir pessoas realmente comprometidas e tudo mais... hoje porém, tenho reforçada a idéia de que todo mundo tem um preço. E não estou falando apenas em dinheiro, por incrível que pareça, esse, às vezes, é só conseqüência. O verdadeiro valor esta no que o ego deseja, no que o íntimo suplica e no que o inconsciente comanda.
        Depois de campanhas muito bem elaboradas (defendendo meu peixe, a publicidade tornou-se ferramenta fundamental e eficiente), os felizardos eleitos ou reeleitos partem para a ‘jornada legislativa’... Senhor! Poucos têm a noção exata de tudo o que está envolvido nisso, principalmente de ‘quem’ esta envolvido nisso.
        Hoje não vou me prender em dizer o que a população já está cansada de saber... Que política é coisa séria, que devemos estudar a história e os princípios dos candidatos, que é fundamental eleger ‘homens de bem’, que é obrigação do eleitorado mudar a cara do político brasileiro através do conhecimento, da cobrança e da participação ... blá, blá, blá, blá...
         Hoje faço um pedido e mesmo sabendo que não será levado em consideração, gostaria que no mínimo fosse analisado. Gostaria de pedir para que cada político eleito, cada legislador, cada membro do executivo, cada um desses tantos, ao comemorar a vitória e começar a percorrer o caminho do mandato, não esqueça que a população é o alvo de seu trabalho e de seu comprometimento. Mas que lembre-se, principalmente, que esse trabalho só é possível porque existe muita gente envolvida diretamente nele.
        Contratar uma assessoria competente e qualificada, por exemplo, seria o inicio da verdadeira revolução. Pois mesmo o político mais ‘certinho’, enche a boca para falar em coerência, em honestidade e  em comprometimento e  por outro lado, mantém uma assessoria com base no “rabo preso” (me perdoem o palavreado). Bom, isso para mim é no mínimo hipocrisia e o resultado  se vê na falta de organização e competência, nos problemas do dia-a-dia que depois tendem a ser resolvidos na ameaça: “ou melhora, ou vai todo mundo pra rua”. Quem deveria ser demitido é o político que já começou seu trabalho com base podre e depois ainda quer conquistar palanques!
        Para finalizar, pelo amor de Deus, alguém pode explicar para  políticos e assessores, que eleição vai e vem... funcionalismo público, concursado e na grande maioria muito bem qualificado, fica.... Um pouco de humildade e respeito não faz mal a ninguém e também conquista votos. Que tal em vez de invadir as repartições públicas de eleição em eleição, achando que são os donos do mundo, detentores absolutos do conhecimento, essa ‘gente nova’, parasse e ouvisse só um pouquinho. Que tal um “por favor”, um “muito obrigada” e um “que bom poder contar com você” de vez em quando?!
       É, definitivamente, fala-se em conquistar eleitorado e esquece-se do básico... a conquista começa em casa, a força vem de dentro e sem respeito e qualificação dos seus e pelos seus, a política vira politicagem e mesmo o melhor candidato, vai descobrir o preço do seu ego e se tornar mais um na multidão.
        Boa campanha a todos, ou, a quem conseguir!

Um comentário:

  1. Falou e disse. Quem vê de fora e não te conhece vai analisar como se fosse uma opinião, ou um artigo de jornal. Apesar de revelar que trabalhou na área, mas pra mim que te conheço um pouco mais posso dizer que foi um desabafo, de alguem que esteve lá, viu, sentiu na pele que o furo é bem mais embaixo e que infelizmente ainda é a "fachada" o que importa.
    A política deveria ser encarada de forma bem mais profissional, não simplesmente, fazer o possível, de qualquer jeito, embora eu não seja político, deve ser difícil para um edil ter que fazer escolhas, as pressões que são exercidas, nem sempre se toma a melhor decisão.
    Mudar é preciso, mas com pressões de todos os lados termina sempre em "fazer o possível".

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