segunda-feira, 28 de junho de 2010

Romantismo Efêmero

Senhor, para o mundo para eu descer!!!
Amor, paixão, vidas unidas, sonhos entrelaçados, a eternidade de uma vida à dois e blá, blá, blá ...
Creio que sofro de um romantismo efêmero, acho lindas as histórias de amor dos filmes... sonho com um amor de cinema, desses que vencem qualquer obstáculo, amores que vivem de amores e nada mais... no dia seguinte a realidade cai na minha cabeça e já não consigo ver as coisas com tanta intensidade.
Ainda existen dias em que eu adoraria me apaixonar perdidamente, desejar levar uma vida ao lado de alguém, constituir família, essas coisas... mas quando paro para pensar nos detalhes que isso envolve, entro em pânico. O pior de tudo isso é perceber que esse meu medo de fazer a coisa errada e de não ser boa o suficiente é justamente o que me afasta de tudo.
Medos à parte, me considero uma pessoa super difícil, com conceitos firmes demais e quero uma pessoa
ao meu lado, que esteja disposta a viver uma história de verdade, talvés sem o romantismo dos filmes, mas com a cumplicidade, verdade e honestidade que a vida real exige. Sabe aquela pessoa parceira, com quem você consegue passar horas conversando, que te faz rir em momentos difíceis, que te dá força, que te apoia sem cobranças exageradas, que segura tua mão, que te dá um abraço tão grande que faz o mundo sumir e que ao mesmo tempo te permite fazer o mesmo? Pois bem, é um amor assim que eu procuro...
Quero a tranquilidade de um amor amigo, do carinho mútuo, da calmaria que permite aos poucos descobrir o quanto essa pessoa é importante e que quando menos se percebe ... é amor ... e a vida a dois já se fez e os sonhos já se entrelaçaram e talvés ai sim, seja para a vida inteira ...
É, já não sei se meu romantismo é efêmero ou efemera é minha vontade de que assim seja ... apenas não quero ficar batendo cabeça e sofrendo com desilusões e ilusões...Vou descobrir isso aos poucos e minha mudança tem esse objetivo, o de me permitir e de aprender.
Preciso aprender a estar só e  fazer com que minha própria compania sirva como estímulo para uma vida nova, em um lugar novo e a mudança será perfeita para isso. No mais, acho que só preciso me permitir sentir as coisas sem me preocupar tanto com certo e errado...

domingo, 27 de junho de 2010

"... eu já não sei bem aonde vou, mas agora eu vou..."



Viagem insólita...

Ontem fomos a convenção do partido em Porto Alegre. Na minha opinião um dia completamente perdido, cinco horas de ida, cinco horas de volta... chegamos atrasados, evento em andamento, mais de cinco mil pessoas, uma confusão, os mesmos rostos nos telões e os mesmos discursos no microfone... Partidariamente falando, reconheço que o encontro foi excelente, o número de participantes demonstra a união e a força do grupo, mas pessoalmente foi um evento que não acrescentou nada.
Evento à parte e falando das mais de dez horas dentro do ônibus... esquecendo o calor, a demora e as conversas totalmente dispensáveis dos meus "companheiros", dou um salve aos fones de ouvido! Passei ouvindo música, de vez enquando parava um pouco, respondia quando um ou outro me chamava, aproveitava as paradas para o cigarro, mas minha cabeça... ah essa estava totalmente absorta na música, nas letras e nas melodias...
Devo ter uma alma melancólica mesmo, porque prezo acima de tudo a poesia, a riqueza de uma letra bem escrita e de um português bem empregado... a maioria das músicas que ouvi no percurso eram da Ana Carolina... haverá quem não concorde, mas ôh mulher de voz linda e penetrante. Para completar, músicas muito bem arranjadas, com letras que encantam a todos que encaram uma certa nostalgia.
Como estou em um momento de grandes mudanças, atendendo a desejos pessoais e profissionais, além de andar com o coração sofrendo com a incerteza de um sentimento que nem eu sei bem o que é, as músicas eram como canções de ninar para minhas angústias. Ok! sei que são letras românticas, com as quais a maioria das pessoas apaixonadas e não correspondidas gritaria de vontade de 'cortar os pulsos', mas eu me acalmo, me delicio no meu próprio sofrimento, sinto com cada poro, com cada batida do meu coração,  saboreando todos os meus sentimentos... 
Podem me chamar de maluca, aliás, dizem que sou meio sádica por gostar de ouvir essas músicas quando estou triste. Mas a verdade é que quando estou triste, curto minha tristeza, assim como quando estou feliz, curto minha felicidade ouvindo músicas mais 'alegres'... Mas afinal, porque ouvir música alegre só porque se está triste, para que espantar a tristeza?! Ela é um sentimento como qualquer outro, que deve ser vivido, deve ser sentido para que possamos 'ouvir' o que ela tem a nos dizer, a nos ensinar... Não existe essa de música alegre para quando se está feliz e música não alegre para quando se está triste ... há apenas música ... ouçamos o que os nossos corações pedem e o que nossa alma deseja! Ontem ouvi música, boa música e junto com ela ouvi meu coração e meus desejos. Me ouvi por inteira, pensei na minha mudança e em tudo o que estou deixando para trás, em meus sonhos e nas esperanças que carrego comigo nessa nova jornada. Confesso que não sei bem o que me espera, mas vou com a felicidade de quem sabe que é o certo a fazer ... de resto ... a música que me acompanha ...

sábado, 26 de junho de 2010

Testemunha dos seus erros e acertos...



Sempre achei que devido ao fato de meu passado ser responsável pelo que sou hoje (seja bom ou seja ruim), deveria mantê-lo em uma linha paralela, em uma lembrança constante de erros e acertos, de exemplos à seguir ou à condenar. Por um tempo, enquanto a vida era simples e tranquila isso funcionou, mas meus sonhos se modificaram, meus anseios aumentaram, tudo ficou mais maduro, mais complexo e mais complicado... Já não esta me fazendo bem ter o passado tão presente, ele já não é tão agradável nem tão leve, as marcas dos erros estão interferindo na realização de novos acertos, ou quem sabe, de novos erros...


Algum tempo atrás, minha irmã caçula em um depoimento escreveu: “A Patrícia... ela é testemunha dos seus erros e acertos...”, achei lindo, principalmente porque era a caçula escrevendo, mas na época não percebi o quão verdadeiro isso era! Não só para mim, mas para todos, pois somos todos testemunhas de nossos erros e de nossos acertos, todos erramos e acertamos muito no decorrer da vida e nem por isso devemos ficar nos martirizando ou sofrendo em vão pelo ‘leite derramado’. O segredo é absorvermos as coisas boas, aprendermos com as más e seguirmos adiante.


Já ouvi incontáveis vezes: “Patrícia desocupa o armário; Patrícia joga as caixas foras; Patrícia te desliga do passado... limpa a alma... te abre para o novo...” Acho que essa pode ser a receita, afinal, vivo em crise e indo de altos à baixos, em vezes sonho, em outras desisto. Choro e dou risada, canto e danço, representando ou não... Sou assim, uma eterna mutação, uma filha da esperança, que um dia diz: é isto, é assim que quero ser, é assim que vou ficar! Mas no outro instante eu mudo, intatisfeita, me reinvento e sigo nesse espetáculo que é minha vida ...


Então creio que esta na hora de fazer como o poeta um dia escreveu, parar de correr atrás das borboletas e cuidar do próprio jardim. Esta na hora de parar de dizer: ‘sou assim por causa disso ou daquilo’ e começar a dizer: ‘sou isso ou sou aquilo’... apenas sou, mas sou de verdade, por inteiro, de corpo e alma. Já não importa como me tornei e sim o que me tornei, não interessa o que a vida fez comigo, mas o que vou fazer com ela de agora em diante.


A maioria destas conclusões podem parecer clichês de romances e poemas, mas nem por isso deixam de fazer sentido, aliás, nelas encontrei a verdadeira beleza da mudança e do entendimento. Finalmente sou eu me vendo de dentro para fora e tomando as rédeas da minha vida... não sei onde me perdi, mas começo a saber como vou me encontrar...