Sempre achei que devido ao fato de meu passado ser responsável pelo que sou hoje (seja bom ou seja ruim), deveria mantê-lo em uma linha paralela, em uma lembrança constante de erros e acertos, de exemplos à seguir ou à condenar. Por um tempo, enquanto a vida era simples e tranquila isso funcionou, mas meus sonhos se modificaram, meus anseios aumentaram, tudo ficou mais maduro, mais complexo e mais complicado... Já não esta me fazendo bem ter o passado tão presente, ele já não é tão agradável nem tão leve, as marcas dos erros estão interferindo na realização de novos acertos, ou quem sabe, de novos erros...
Algum tempo atrás, minha irmã caçula em um depoimento escreveu: “A Patrícia... ela é testemunha dos seus erros e acertos...”, achei lindo, principalmente porque era a caçula escrevendo, mas na época não percebi o quão verdadeiro isso era! Não só para mim, mas para todos, pois somos todos testemunhas de nossos erros e de nossos acertos, todos erramos e acertamos muito no decorrer da vida e nem por isso devemos ficar nos martirizando ou sofrendo em vão pelo ‘leite derramado’. O segredo é absorvermos as coisas boas, aprendermos com as más e seguirmos adiante.
Já ouvi incontáveis vezes: “Patrícia desocupa o armário; Patrícia joga as caixas foras; Patrícia te desliga do passado... limpa a alma... te abre para o novo...” Acho que essa pode ser a receita, afinal, vivo em crise e indo de altos à baixos, em vezes sonho, em outras desisto. Choro e dou risada, canto e danço, representando ou não... Sou assim, uma eterna mutação, uma filha da esperança, que um dia diz: é isto, é assim que quero ser, é assim que vou ficar! Mas no outro instante eu mudo, intatisfeita, me reinvento e sigo nesse espetáculo que é minha vida ...
Então creio que esta na hora de fazer como o poeta um dia escreveu, parar de correr atrás das borboletas e cuidar do próprio jardim. Esta na hora de parar de dizer: ‘sou assim por causa disso ou daquilo’ e começar a dizer: ‘sou isso ou sou aquilo’... apenas sou, mas sou de verdade, por inteiro, de corpo e alma. Já não importa como me tornei e sim o que me tornei, não interessa o que a vida fez comigo, mas o que vou fazer com ela de agora em diante.
A maioria destas conclusões podem parecer clichês de romances e poemas, mas nem por isso deixam de fazer sentido, aliás, nelas encontrei a verdadeira beleza da mudança e do entendimento. Finalmente sou eu me vendo de dentro para fora e tomando as rédeas da minha vida... não sei onde me perdi, mas começo a saber como vou me encontrar...
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